Iluminas

Histórico

A placa de inauguração do iluMinas, Laboratório de Inovação da Justiça Federal de Minas Gerais, quis demonstrar desde o princípio o que se esperar da nova unidade recém-criada, e completamente diferente da forma de atuação que o poder judiciário tem trabalhado nos últimos anos. A placa não possui o nome de nenhuma autoridade, magistrado ou servidor, enfatizando, assim, que o laboratório não pertence a alguém, mas que ele é para todos, foi feito para todos e a todos deve buscar atender. Aqui, se reforça os conceitos de horizontalidade, multidisciplinaridade e colaboração, valores esses tão difundidos pelos laboratórios de inovação do país. No entanto, a concepção do laboratório, e o sonho de se tirá-lo do papel, foi realizado pela Juíza Federal Vânila Cardoso André de Moraes já no início da sua gestão como Diretora do Foro da Seção Judiciária de Minas Gerais. 

O IluMinas foi estruturado em plena pandemia do novo coronavírus, potencializando o desafio de se criar um laboratório de inovação. E dizemos que foi potencializado, pois a criação de um laboratório de inovação já é um grande desafio por si só, e a Justiça Federal de Minas Gerais, até então, não conhecia os conceitos e o funcionamento de um laboratório de inovação. A própria criação do espaço físico foi mais um grande obstáculo a ser superado, pois não se sabia o que era necessário para o funcionamento de um laboratório. 

No entanto, a juíza federal Vânila Moraes estava decidida em sua empreitada, já sabendo de todos os benefícios que o laboratório traria para a Justiça Federal mineira e uma das primeiras decisões tomadas foi a realização de uma capacitação para todos os servidores do Estado em cargos de chefia, já vislumbrando que a cultura da inovação fosse levada para cada unidade de trabalho da Justiça Federal de Minas Gerais. Com essa capacitação, mais de 300 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer o que é feito em um laboratório de inovação. Mas isso não era suficiente para colocar o laboratório em funcionamento, era necessário aplicar a abordagem utilizada pelos laboratórios, era necessário conhecer e aplicar as técnicas e ferramentas usadas no Design Thinking. Dessa forma, visando ter servidores que pudessem atuar como laboratoristas, foi realizado um segundo curso de formação, mais técnico e específico, tendo sido formado cerca de 35 servidores. 

Paralelo à capacitação, a coordenação do laboratório e a construção do espaço físico já estavam sendo desenhadas. Para a empreitada, a servidora Jacqueline Braga Pelucci, deu início ao projeto da Diretoria do Foro e realizou as primeiras oficinas, ao mesmo tempo em que se ocupava da construção do espaço físico, sendo responsável pela coordenação do iluMinas. 

O laboratório iniciou as suas atividades de forma remota, utilizando o aplicativo Microsoft Teams e o Miro, tornando possível a criação dos primeiros protótipos, tais como a Diligência Sustentável, Central de Policiamento e Fluxos de Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas, este último em auxílio ao Tribunal Regional da Primeira Região, que ainda não possuía seu próprio laboratório. O iluMinas foi o primeiro laboratório de inovação da Primeira Região e já se encontra preparado para o próximo desafio: que é a chegada do Tribunal Regional Federal da 6ª Região. 

No decorrer das primeiras oficinas, um servidor se destacou na condução e conhecimentos sobre as técnicas de Design Thinking, sendo então convidado a compor o time do iluMinas como coordenador-auxiliar, José Fernando Barros e Silva. 

Com o apoio da alta administração e com o time estruturado, o iluMinas começou a alçar voos, tendo como base uma capacitação bem direcionada e a vontade de todos os envolvidos em construir um laboratório que fizesse de fato diferença na vida do jurisdicionado e na vida de seus servidores.

Espaço Físico

O iluMinas foi construído no último andar do prédio Sede I, da Seção Judiciária de Minas Gerais, transformando totalmente o espaço, que era utilizado como depósito e precisava ser reformado.
As janelas, o teto, o banheiro, tudo precisava ser refeito. Não tínhamos muita área interna para explorar: nós temos 340m² de área externa, mas de área interna são somente 65m², então teríamos que otimizar a área que tínhamos disponível.

Foram criados basicamente 4 ambientes internos e 1 externo, que são bem dinâmicos: há de um lado uma sala de reuniões, e do outro uma sala de vídeo e uma sala de informática, ambas ocupando o mesmo espaço, mas esse espaço pode se transformar também em uma segunda sala de reuniões, já que os móveis foram projetados para serem facilmente trocados de posição e possuem rodas. E como todo laboratório de inovação precisa de lugares para escrever, desenhar e colar post-its, foi instalada uma divisória de vidro, partindo o ambiente ao meio, podendo ser utilizada como lousa e como um quadro para colar post-its ao mesmo tempo. As mesas também foram feitas de forma que as pessoas possam escrever no seu tampo, permitindo o registro de qualquer ideia que surgir, mesmo sem papel disponível no momento. Na área externa foi criado um espaço ao ar livre, para ser usado para momentos de descompressão.

O laboratório está muito bem equipado: possui wi-fi, o que permite, inclusive, um maior uso da área externa, e também possui câmera, retroprojetor, televisor e computadores.

O Laboratório de Inovação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região

Com a instalação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), em 19 de agosto de 2022, em Belo Horizonte, o iluMinas passou a viver um novo e desafiador capítulo de sua trajetória. De Laboratório da Seção Judiciária de Minas Gerais, tornou-se o Laboratório de Inovação de um Tribunal Regional, ampliando significativamente seu escopo de atuação. Agora, além de apoiar as 26 subseções judiciárias do estado, o iluMinas também responde às diretrizes estratégicas estabelecidas por órgãos superiores como o Conselho da Justiça Federal (CJF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa nova fase exige ainda mais versatilidade, maturidade institucional e capacidade de articulação para desenvolver soluções inovadoras que impactem positivamente todo o ecossistema da Justiça Federal em Minas Gerais.

Assumir esse papel de protagonismo em um tribunal recém-criado, com demandas complexas e metas ambiciosas, é um marco para um laboratório tão jovem. Em apenas dois anos, o iluMinas consolidou-se como um espaço de referência em inovação no Judiciário, sendo chamado a contribuir com projetos estratégicos, programas de transformação digital e iniciativas voltadas à melhoria da prestação jurisdicional. Os desafios são muitos: manter a cultura da inovação viva, fomentar a criatividade institucional, atender às necessidades internas e externas, e continuar sendo um espaço de escuta ativa, colaboração e construção coletiva.

Mais do que um espaço físico ou um conjunto de metodologias, o iluMinas representa uma mentalidade. Desde sua criação, em 2020, seus integrantes têm o compromisso de cultivar a cultura da inovação dentro da Justiça Federal. O caminho é contínuo e desafiador, mas também inspirador. Que o laboratório siga sendo um terreno fértil para novas ideias, projetos transformadores e soluções que façam sentido para quem serve e para quem é servido pela Justiça.

Referências Bibliográficas

PELUCCI, Jacqueline Braga; SILVA, José Fernando Barros e. Iluminas: laboratório de inovação da Justiça Federal de Minas Gerais (JFMG). In: PICOLLI, Ademir Milton; SOUZA, Bernardo de Azevedo e (coord). Inovação no ecossistema de justiça. São Paulo: Foco, 2022. p. 111-120.

Contribuição final elaborada por Daniele Guimarães Silva.

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